Recentemente tive a oportunidade de visitar a exposição ComCiência - Patricia Piccinini, que já esta a algum tempo circulando pelas capitais do pais, sendo uma iniciativa do Centro Cultural do Banco do Brasil.
A exposição por onde passa provoca sempre curiosidade, por apresentar alguns seres fantásticos, que aparecem ter saído de filmes de ficção cientifica. Mas diferentes de um filme aqui a produção, dada seu impressionante realismo, visa a reflexão artística, bem como filosófica, psicológica e social.
Existem muitas fotos das obras circulando na internet, o que muitas vezes provoca uma reação de repulsa e medo, que podem se transformar em preconceito sobre as artes. Porem esta opinião previa não se compara em nada no fato de você ver as obras de arte pessoalmente, e garanto que é uma experiencia fantástica para toda a família.
Nesta postagem comentarei algumas das obras de artes, explorar seus significados, pelo menos no meu humilde entendimento, já que o que vemos e sentimos cada um de nos, ainda mais pessoalmente, pode tem inúmeros significados.
Comecemos nossa fantástica viagem pelo mundo fantástico de Patricia Piccinini, com a primeira obra que nos deparamos que é...
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O observador |
Logo na entrada do centro, nos deparamos com esta escultura, que lembra muito as peripécias das crianças, com o mundo a sua volta. É interessante notar a atenção do menino nela, que observa a todos e tudo sem se dar conta do perigo das cadeiras empilhadas onde se apoia. Demonstrando uma genuína curiosidade sobre tudo e todos que passam pelo seu olhar. As cadeiras podem representar o perigo do medo, que a curiosidade traz em si. Muitos destes medos são infundados e podem atrapalhar a descoberta do conhecimento e a apreciação da arte. Assim muitos sentem medo ao ver o menino, que como toda criança, não tem motivos para temer já que sua curiosidade em saber e compreender o mundo é muito maior que qualquer perigo. A escultura é um aviso e um convite a todos nos para termos a mente aberta e curiosa, para vermos e sentirmos as possibilidades do mundo a nosso redor, e paramos de ver o perigo do medo e outros sentimentos negativos, que nascem de muitos pensamentos preconcebidos que temos ao longo da vida sem sabermos a real razão do motivo para este estado mental.
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A grande mãe |
Em uma grande sala do museu nos encontramos está figura símia antropomórfica amentando um bebe humano. Os detalhes são impressionantes e faz pensar que ela e o bebe estão vivos e podem se mover a qualquer momento. Esta escultura representa a Mãe Natureza, porem muitos devem acha estranho o por que a artista representa-la deste jeito. Devemos observar que as obras de um artista podem expressar uma experiencia especial e marcante da vida. Procurando informações antes de ir ver as obras, vi uma comentário da própria artista sobre esta a obra, onde conta que a inspiração para ela veio da primeira experiencia dela como mãe. Assim a artista decidiu expressar este momento de uma forma unica, na qual colocou um a criatura antropomórfica, que representa a inteligencia e o instinto, alem do passado que amamenta e cria o futuro, no caso o bebe humano. Não tem como não notar o olhar de constrangimento e as bochechas vermelhas da escultura, fazendo lembrar os sentimentos de uma mãe de primeira viagem, suas inseguranças sobre o que fazer, que segue seu instinto e se sente parte de algo muito maior e porque não atemporal. Da mesma forma quando um artista cria um obra ou varias obras, também pode se sentir inseguro diante do publico, por apresentar algo novo que nasceu de suas experiencias e inspiração, e pensa vou mostrar assim mesmo, contrariando toda logica e pensamentos que o impedia de mostrar sua arte.
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O tão esperado |
Ocupando o grande banco de uma sala um menino e seu avô dorme e sonham. Esta escultura transmite um certa paz e faz com que examinemos ela em silencio por alguns minutos. A inúmeros ponto a se observados principalmente da figura idosa e antropomórfica no colo do menino. Sabemos que todos estamos sujeitos as coisas boas e ruins da idade, onde nossos corpos vão se desgastando ao longo de nossas vidas, mas nossa sabedoria e compreensão do mundo ganha experiencia com tudo isso. Quando vemos o quanto uma pessoas e sentido bem e livre, é comum dizer que ela não vai mais embora e vai se integrar aquele meio, e no caso mais específicos dos idosos com seus problemas de locomoção, onde muitas vezes sente dores nas juntas, tende a preferir ficar na água , pois ela alivia suas dores e lhes da liberdade para se movimentarem. Desta forma podemos supor que tanto o menino quanto o velho sonham que ele é um mamífero marinho, parecido com o dugongo ou nosso conhecido Peixe-boi, por serem doceis e serem uma das bases para as lendas das sereias. O menino nos lembra que devemos respeitar e ter carinho com os mais velhos, ajudando a realizar seus sonhos.
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A força de um braço |
Um menino se equilibra so uma mão sobre as costas de um cabra demostrando forças e destreza no seu movimento. Olhando a curiosa escultura notamos que o nosso exibicionista, não é totalmente humano, mas suas ações lembram as artes que muitas crianças fazem para que prestemos atenção nelas. Esta escultura é realmente feita para este sentido, como que uma pegadinha da artista para ver se estamos prestando a atenção mesmo, se estamos notando os detalhes. Estre pensamento é fundamental para toda as coisas que vem a seguir.
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O golpe |
Um observação cabe a esta imagem onde o menino símio antropomórfico se prepara para pegar um papagaio. A curiosidade mais básica nasce do instinto de querer saber das coisas. Assim a primeiras experiencias com algo, nos da um impulso de querer pegar e tocar, para sentirmos com o tato como algo é e se é tangível como se apresenta a nossa visão. Porem o menino analisa e pensa nas inúmeras possibilidades que podem ocorrer se tentar pegar o pássaro. Se é certo ou errado? Se ele vai voar ou não? E varias outras questões. O fato é que nos leva a refletir se para apreciarmos algo e conhecer, devemos verdadeiramente afetar a ordem e a paz das coisas, e no caso das obras de artes, devemos ou saberemos como apreciar elas sem tentar encostar.
Nesta exposição veremos muitas pessoas tão exitantes quanto este menino ao chegarem perto de cada uma das obras, contendo suas vontades de não encostar nas mesmas para senti-las. Pelo bom senso e pelas mãos destruidoras de alguns, é melhor evitar isso para não estragar as experiencias de todos.
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A confortadora |
Uma jovem garota com uma condição genética que faz com que ela tenha excessos de pelos, reconforta uma criatura diferente de tudo que vimos em seu colo. Sua atitude de total contemplação ao pequeno ser em seus braços, nos faz lembrar que as pequenas diferenças nos fazem únicos e especiais. Em uma idade que estamos entre a infância e a adolescência, começamos e entender melhor nosso lugar no mundo e tendemos a olha-lo com uma certa inocência e positividade ainda mais com as palavras de carinho e compreensão alem de sorrisos sinceros que recebemos das pessoas que amamos. Podemos imaginar inúmeras historias que estes dois seres viveram ate este belo momento. Assim esta escultura nos convida a ter a seguinte visão, não abracemos o preconceito mas a compreensão sobre as as diferenças que fazem cada um único.
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Substituto |
Acredito que talvez esta seja uma das obras mais famosas da artista e também um das que mais levantam as questões sobre os avanços da ciências biológicas. A ciência tem avançado em inúmeras áreas, podendo crias coisas incríveis, mas por determinadas questões éticas e financeiras, tais avanços acabam sendo engavetados ou perdidos na mente de seus idealizadores, passando a ser tema de discussões em historias contadas e livros filmes ou na arte. Em um futuro não muito distante talvez vejamos quimeras como este ser, ocupando nossas atenções e casas como um substituto para nossos atuais animais de estimação, já que muitos deles vão deixar de existir por inúmeros fatores. Então nossos cientistas vão começar a criar outros seres, que com o tempo não serão totalmente selvagens, mas terão parte de seus donos neles. Apesar de ser algo um tanto incomodo, devemos lembrar, que quando o ser humano surgiu e passou a interagir com outros seres da natureza, estabeleceram uma conexão onde muitas vezes em suas artes e historias ao longo da historia se via em harmonia com estes seres ao ponto deles se tornarem um com o homem e o homem um com eles. Mas devemos definir que esta interação que citei esta no reino da metafisica e imaginação apresenta na arte, e a questão do ser ai em cima es mas na questão física de um possível realidade. Este fato é evidenciado quando vemos que o ser te um especie de carapaça e tracos vestigiais de suma matriz principal, um adorável marsupial chamado vombate, mostrando que este ser possui falhas em sua formação. Fica a questão o que devemos fazer com estas criaturas que produzimos? Mesmo defeituosas devemos descarta-las como um produto? Mesmo tendo uma parte de nos?
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Indiviso |
Para continuar as questões do ser substituto, a artista imaginou, uma cena onde um menino e um ser destes dormem juntos. Li muitos comentários sobre as pessoas acharem tal cena repugnante e que nunca deixariam que algo assim acontecesse. Muitas pessoas convivem com gatos e cachorros entre outras seres de estimação, e já dormiram junto com eles na cama. Algumas pessoas não veem bem esta ideia de alguém dormir junto de um bicho de estimação, levando estas pessoas a terem com o tempo ideias preconcebidas de nojo e medo. O mesmo acontece nesta escultura onde ambos o menino e seu companheiro de aventuras dormem serenamente. Estas diferenças de visões do mundo se devem a criação das pessoas, as ideias que que mesma adotam em sua vida para em conformidade de um grupo, entre inúmeros fatores que vão tirando a inocência da individualidade de adas um por bem ou por mau. Se for por bem, procurara entender o mundo a sua volta e já mais perdera o fascínio da criança interior. Agora se por acaso, for por mau, se tornara um adulto amargurado, que tem a mente poluída por inúmeros preconceitos que irão leva-lo a própria destruição. Temos todo direito de gosta ou não de algo, mas para isso temos obrigação de conhecer e tirar nossas próprias conclusões.
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O visitante bem-vindo |
Segundo a descrição desta obra ela foi baseada na frase do pensador Goethe, que diz: "A beleza é um visitante bem-vindo em qualquer lugar."
Esta escultura parece ser parte de um sonho, onde um criatura que parece ser um bicho preguiça antropomórfico, visita uma menininha no seu quarto, onde trocam olhares e sorrisos. A cena transmite algo de belo nos fazendo esquecer da visão inicial da estranha criatura, fazendo notar mais suas ações e gestos delicados com a menina. Muita vezes julgamos as pessoas a primeira vista pela aparência, formando varios preconceitos sobre a mesma, mas somente através de uma analise de seus atos, poderemos ver que o que é verdadeiramente belo vem de dentro, e como demonstra esta imagem, do carinho e sorri sincero de ambas esculturas. Vale lembrar que muitas vezes as crianças quando são pequenas e puras, são capazes de ver algumas criaturas fantásticas que para os adultos não existem. Salientando o misterioso desta figura temos o pavão, que represente um das formas da Mãe Natureza ao observar o encontro do dois seres.
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De bruços |
Muitos gostam de bebês e por inúmeros motivos achamos eles belos. Mas e se por acaso, você se deparasse com um bebê abandonado, o que é uma crueldade, mas e se o motivo do abandono fosse porque ele fosse diferente. Se na escultura estávamos no mundo dos sonhos, nes aqui voltamos ao mundo físico das manipulações genicas, nos deparamos com um bebê, com traços que provocam um certo desconforto quando vistos mais de perto. Mas devemos para pensar por nos sentimos assim, mesmo que seja um criaturinha pequena e desamparada? Uma das coisas que lembrei foi do fato de algumas crianças ou mesmo pessoas nascerem com deformidades ou mesmo faltando partes. Nosso pre julgamento da questão nos leva a determinar que aquilo é feio, por não ser igual aos outros, por não estar em conformidade com o resto. Como visto na escultura "A confortadora", devemos procurar compreender e dar a devida atenção as coisas, pois o mundo esta mudando e o que é belo hoje pode ser feio amanhã e vice versa. Devemos adotar uma atitude mais positiva e benevolente sobre as diferenças e não joga-las num jogo de amor e ódio de convicções pre estabelecidas.
Estas são algumas das fantásticas obras de Patricia Piccinini, que alem de esculturas, tem apresentações de videos, fotos desenhos, tudo feito para enriquecer cada vez mais as experiencia que a artista nos propõem.
Apesar de termos descrições que informam alguns pontos sobre a obra, alem detalhes dos materiais usados, as mesma não possuem os detalhes que comentei aqui, e sendo assim são minhas opiniões pessoais sobre oque cada obra significou.
Vale muito a pena a vista e procurar compreender o por que das obras de arte serem assim, tao realistas, estranhas e belas, por si mesmo, e compartilhar suas opiniões com os outros.
De certa forma sentirá que deverá fazer outra visita para ver elas de novo e entender seus significados que, como diz o ditado "Uma imagem vale por mil palavras."
Então sempre é bom analisar atentamente em quanto pudermos.
Não se preocupe que a exposição vai ate 09/01/2017 no CCBB BH.
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Fachada CCBB BH |
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Localização do CCBB BH |
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